Numa clara manifestação de total desprezo pelo meio ambiente e pela saúde pública, a Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás) jogou pesado para tentar prorrogar a proibição do uso de canudos plásticos no comércio de Goiânia.
O autor da proposta, vereador Romário Policarpo (PROS), venceu a queda-de-braço porque, conforme se viu na sessão de aprovação da proibição, ontem, conseguiu sensibilizar os vereadores sobre o absurdo da mudança.
A Fieg queria ampliar o prazo de adaptação e proibição de 6 meses para 2 anos. A articulação foi liderada diretamente pelo presidente da federação, Sandro Mabel, que escalou um time forte de lobistas para postergar a proibição.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Gustavo Cruvinel (PV), chegou a apresentar uma emenda ao texto original do projeto. A alteração estabelecia, justamente, a prorrogação da proibição para 2 anos. A repercussão negativa constrangeu o vereador, que acabou pedindo a retirada da emenda.
A lei aprovada ontem segue na mesma linha dos projetos aprovados em outras cidades: diz que o comércio tem 180 dias para trocar os canudos plásticos por canudos feitos de material reciclável, biodegradável ou comestível.
A Fieg alegava muito material plástico em estoque e dificuldade da indústria produtora em fazer a conversão no prazo estabelecido no projeto de Policarpo. Ou seja, em nome dos lucros, a natureza e a saúde pública ficariam em segundo plano. Felizmente, o bom senso dos vereadores prevaleceu.