A guerra entre entidades classistas empresariais e o governador Ronaldo Caiado (DEM) resultou em notícias ruins para a economia goiana. Dados divulgados pelo jornalista Lauro Veiga Jardim, especialista no assunto, mostram que a indústria do Estado fechou 2019 com tendência de desaceleração.
Nos últimos quatro meses do ano passado, entre altos e baixos, a produção industrial em Goiás acumulou redução de 0,53%, encerrando 2019 com índices ruins puxados pelas indústrias de extração mineral (amianto, destacadamente), alimentos, biocombustíveis e de medicamentos.
O setor chegou a experimentar um salto de 5,3% na passagem de setembro (quando a variação havia sido nula) para outubro, mas sofreu perdas de 4,3% em novembro e de 1,5% em dezembro, sempre em relação ao mês imediatamente anterior. Para agravar, o dado de novembro foi revisado para baixo pelo IBGE. A pesquisa divulgada em janeiro, referente aos resultados da produção industrial em novembro, apontava uma redução de 2,1% em Goiás. A retração agora atualizada atingiu 4,3%.
Na comparação com igual período de 2018, a indústria goiana saiu de três resultados positivos (altas de 1,6%, de 11,3% e de 9,5% respectivamente em setembro, outubro e novembro) para uma redução de 2,6% no último mês do ano, o quarto pior resultado entre as regiões pesquisadas. As principais quedas em dezembro vieram dos quatro segmentos mencionados no parágrafo acima, que juntos respondem por 72,58% de toda a produção industrial, segundo a pesquisa regional sobre a produção industrial divulgada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Detalhe: na medição anterior, a pesquisa do IBGE havia indicado incremento de 10,3% para a produção goiana em novembro (na comparação com idêntico período de 2018), levemente superior ao número divulgado agora.
Na indústria extrativa, a produção desabou 26,8% no mês, o que se explica em função da virtual paralisação na extração de amianto e na queda da produção de fosfato.Nos 12 meses do ano passado, o setor de extração mineral sofreu recuo de 3,0%. O tombo na produção de medicamentos, por sua vez, esteve por trás da redução de 7,3% observada para a indústria de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, em relação a dezembro de 2018. No ano, a produção no setor avançou 3,2%.
O desaquecimento na reta final de 2019 sinaliza uma tendência menos favorável para o setor no começo de 2020, especialmente por conta da “herança” deixada para os primeiros meses do ano novo. Numa visão um tanto mais otimista a respeito do desempenho da indústria no ano passado, a produção encerrou os 12 meses do período em terreno positivo, numa variação de 2,9% em relação ao exercício anterior, recuperando parcialmente a perda de 4,7% registrada em 2018.