Para o presidente da Associação Goiana de Supermercados de Goiás (Agos), Gilberto Soares, um dos fatores que mais pesaram para a alta do arroz foi a grande quantidade de exportações.
Segundo Soares, é preciso uma política mais rígida de exportações que evite a falta do produto internamente. “A oferta do arroz em casca está baixa. Nunca se exportou tanto arroz quanto nesse ano, em especial para o Peru, México e Venezuela. Faltou um regramento, políticas de exportações. Teriam que ter regulado isso daí, com maiores taxações, pra não acontecer o que aconteceu”, diz.
Já o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado de Goiás (Siago), Jerry Alexandre, destaca que não é só o estado de Goiás que sente o gosto salgado do atual preço do arroz, mas o Brasil inteiro. Segundo Jerry, a alta se deve a uma série de fatores, como os climáticos, que, segundo o presidente, reduziram 40% da produção de arroz na Ásia. Além disso, de acordo com o presidente do Siago, países asiáticos passaram a importar o grão e até o preço do dólar influenciou, o “que acabou ajudando os exportadores brasileiros”.
“O incremento nas exportações foi enorme. Só em julho deste ano foram mais de 82 milhões de dólares contra pouco mais de 13 milhões de dólares em julho de 2019”, detalha.
Jerry adianta que, levando-se em conta o preço de aquisição da matéria-prima (arroz em casca), o valor do pacote de arroz de 5 quilos deve ficar entre R$25 e R$30, dependendo da marca. O presidente da Siago enfatiza que “nenhuma indústria de Goiás ou de outro estado tem qualquer responsabilidade quanto à alta do arroz”, mas devido ao conjunto de fatores demonstrado por ele, o preço do arroz não deve cair tão cedo.
“A próxima safra começará a ser colhida em março de 2021. Até lá, dependeremos de importações para assegurar o abastecimento e não creio que há possibilidade de redução drástica de preços”, conclui.