• Piadas e memes
Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou que, em reunião com grupo golpista após as eleições de 2022, o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de xingamentos e memes.
“Chamaram de desgraçado, fizeram piadas e memes, mas nunca houve plano de ‘acabar com ele’”, disse Cid, descrevendo o encontro como uma “conversa de bar”. Moraes rebateu dizendo que já estava acostumado com os ataques e que “se tinha salgadinho e refrigerante, não era bar.”
• Sobre o golpe
Segundo Cid, Bolsonaro cogitava dois caminhos diante da derrota eleitoral: identificar fraude nas urnas eletrônicas ou obter apoio das Forças Armadas para um golpe de Estado.
A declaração foi dada no âmbito da ação penal que apura tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. De acordo com o delator, o ex-presidente acreditava que bastaria um indício para gerar clamor popular e questionar o resultado.
• “Não chamei”
Em resposta ao advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, Mauro Cid declarou que, em reunião com o grupo mais conservador, o então presidente afirmou que não havia chamado os manifestantes que compareceram ao Palácio do Planalto, mas também não pretendia mandá-los embora.
Bolsonaro manteve-se tranquilo, frequentemente fazendo anotações em um papel e apoiando o rosto sobre as mãos. Em alguns momentos, também consultou o celular e manteve conversas discretas com seu advogado, demonstrando postura contida diante do andamento do interrogatório.