quarta-feira , 27 novembro 2024
Goiânia

Seção “viagem na maionese”, na página de opinião de O Popular, traz artigo infantil informando que “não é ruim ser pobre” e afirmando que “o capitalismo existe para produzir miséria”

Um jornal que se pretende o mais importante do jornal e um dos principais do país, como O Popular, dá-se ao luxo, neste sábado, de publicar em sua página mais nobre, a de opinião, um artigo do jornalista Gilberto G. Pereira com afirmações estapafúrdias e completamente filtradas pelo prisma ideológico da carcomida esquerda marxista dos anos 60.

Gilberto G. Pereira abre o seu texto informando que “não é ruim ser pobre”. Só faltou, na sequência, lembrar uma frase célebre do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmando que “a vida dos ricos é muito chata”.

Pobres do mundo inteiro, regozijai-vos! “Não é ruim ser pobre”, segundo o articulista de O Popular.

Mas o jornalista não para por aí – e prossegue com um dos maiores enxurradas de besteirol, em espaço tão reduzido, jamais vista antes na imprensa goiana.

A exemplo do artigo da sua colega Silvana Bittencourt, publicado nesta sexta no mesmo lugar, Gilberto G. Pereira também dá uma de profeta do apocalipse antevê o fim do mundo próximo – o que, aliás, está no próprio título do artigo: “Capitalismo e o fim do mundo”.

Mas vamos ao conteúdo. O libelo acusatório do jornalista contra o capitalismo se baseia em dois argumentos: 1) o capitalismo seria uma máquina de produzir miséria, para tornar os ricos mais ricos ainda, e 2) o capitalismo promove uma expansão econômica que está destruindo o meio ambiente, em termos planetários.

Somente a generosidade extrema da família Câmara, aliás simbolizada historicamente nas filas de pobres que se formavam nos fundos da sede da empresa, na avenida Goiás, para receber ajuda em dinheiro do velho patriarca do Grupo, Jaime Câmara, seria capaz de um gesto de caridade tão grande quanto esse de pagar todas as despesas para colocar um jornal nas ruas e permitir que um Gilberto G. Pereira qualquer tenha a oportunidade de expor para o grande público seus conceitos infantis e rasteiramente ideologizados – pisoteando a porópria boa fama de O Popular.

O capitalismo, ao contrário do que diz o artigo, não produz miséria. Ao gerar riquezas, o capitalismo cria excedentes, que em parte são direcionados aos mais pobres e promove a sua ascensão social e econômica. É graças ao capitalismo, que deseja um mercado com cada vez mais consumidores livres e com dinheiro no bolso para gastar, que o preconceito racial foi vencido nos Estados Unidos, na África do Sul e no resto do mundo, transformando-se em mantra mundial que todos – todos os cidadãos – têm direitos civis iguais, inclusive, é claro, para melhorar de vida, consumir e fazer a roda da economia girar para a frente. E é graças ao capitalismo que os gays foram reconhecidos e integrados aomundo. Não um único país capitalista, sobre a face da terra, onde os índices sociais não progridam continuamente.

Quanto ao meio ambiente, é bom que Gilberto G. Pereira se informe melhor antes de escrever frases sem nenhuma comprovação científica ou base na realidade, como essa: “A sociedade de consumo causou um dano irreversível à natureza e à vida social”.

Basta, no caso , reproduzir esse rápido texto de Leandro Narloch, no portal da revista Veja, onde assina o blog “Caçador de Mitos”.

“Da Revolução Industrial do século 19 até a China dos dias de hoje, o avanço das fábricas cria nuvens negras nas cidades. O que pouco se diz é que só depois de um certo nível de prosperidade (criada pelo capitalismo) surge a preocupação dos cidadãos com o meio ambiente.

“Isso fica claro com o seguinte dilema. Imagine o leitor que está à beira de morrer de fome e consegue caçar um pato. Mas tem um problema: trata-se de um animal em extinção, talvez o último sobrevivente daquela espécie rara de pato. Quem preza pela própria vida até lamentaria o fim da espécie, mas comeria o infortunado pato sem pensar demais. Já se o leitor está de barriga cheia, fica mais fácil poupar o animal. Do mesmo modo, só países enriquecidos pelo capitalismo podem se dar ao luxo de se importar com a natureza.

“Os economistas chamam esse fenômeno de ‘curva ambiental de Kuznets’. Quando um país atinge a marca de 4 mil dólares de renda per capita, a ecologia entra na agenda pública. Florestas, animais, ar e rios limpos ganham relevância. Mais uma vez é o exemplo da China, que agora, mais rica, luta para despoluir as cidades. Países comunistas (de verdade, não como a China hoje) nunca chegaram a esse nível de renda – não à toa, avançaram sobre a natureza com muito mais força que os capitalistas”.

Gilberto G. Pereira é o mesmo que, na semana passada, desperdiçou o mesmo espaço nobre de O Popular com um profundo e filosófico artigo sobre o herói de quadrinhos Wolverine. Não é à toa, como se vê, que o editor do Jornal Opção, Euler Belém, define os articulistas da redação do jornal como “nefelibatas”.

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