Para se livrar da acusação de que são cúmplices em um esquema de fraude na emissão de alvarás para empreendimentos imobiliários em Goiânia, dois donos de construtoras que depuseram nesta segunda-feira à CEI das Pastinhas, na Câmara Municipal, afirmaram que o sumiço de documentos e a existência de pastas vazias na Secretaria Municipal de Planejamento (Seplam) não acontece por má-fé das empresas, mas por desordem da prefeitura.
O espanhol Juan Angel Zamora, dono da incorporadora EuroAmérica, disse não saber por que o dossiê do residencial EuroPark, que é formado por oito torres e mil apartamentos, tem apenas seis páginas. Ele insinuou que os documentos podem ter sumido nos arquivos da prefeitura e sugeriu que a administração municipal melhore o controle dos documentos que são anexados em cada projeto.
Na mesma linha de argumentação, o advogado da EuroAmérica, Walmir Cunha, disse que desordem da prefeitura é tão grande que usam elástico para apensar pranchas aos projetos – o que é impensável em pleno século XXI.
Wagner Antônio Carneiro, proprietário da construtora Teccril, também reclamou da lentidão dos servidores públicos municipais e disse tê-los ouvidos reclamar do salário que recebem em várias ocasiões. “Eles ficam andando pelos corredores dizendo que recebem uma mixaria e que, por aquele salário, fica difícil se dedicarem tanto ao serviço”.