Parte da imprensa goiana, ingenuamente, tratou a escolha do senador Ronaldo Caiado e do deputado federal Jean Wyllys como os “melhores congressistas de 2015” como uma notícia séria – quando, na verdade, na passa de uma empulhação: trata-se do resultado de uma enquete, realizada através de votação via internet, pelo site Congresso em Foco, que, como toda enquete via internet, pode ser facilmente fraudada.
O Popular publicou a notícia no seu site, mas evitou a sua reprodução nas páginas do impresso. Já o Diário da Manhã e O Hoje trouxeram com destaque a conquista do “prêmio” por Caiado e Jean Wyllys. Outros veículos, muitos online, caíram na esparrela. Mas o Jornal Opção e o site a Redação, não. Esses dois veículos, responsáveis com os seus leitores, deram ao assunto a importância devida, ou seja, nada publicaram a respeito.
Votações via internet podem ser fraudadas com facilidade. Em tese, cada internauta só pode votar uma vez, com a enquete registrando o seu IP e a partir daí ficando impedido de novos acessos pelo mesmo endereço de computador. Mas, na prática, não é assim que funciona. Se o voto for dado via telefone celular, o IP muda automaticamente a cada acesso, mesmo do mesmo aparelho móvel, e permite que a mesma pessoa vote infinitamente quantas vezes quiser.
A credibilidade de um processo de escolha através de “enquete” com votação captada pela internet, portanto, é igual a zero. Em muitos casos, resume-se a um conto do vigário, ou seja, uma artimanha para enganar trouxas. Só isso.