A estratégia dos policiais goianos, com o objetivo de arrancar do governo aumentos salariais incompatíveis com a realidade fiscal do Estado, já está desmascarada: criar a falsa de ideia de que reina o caos na área da segurança pública, com risco iminente para a população.
A chantagem não poderia ser mais explícita. Inacreditavelmente, os policiais ganharam o apoio dos veículos de comunicação do Grupo Jaime Câmara: O Popular e a TV Anhanguera têm se desdobrado para garantir que, com o prosseguimento da greve ou novas paralisações, ninguém está seguro, mesmo forçados a reconhecer que o número de ocorrências criminais permanece estável.
Ora, se “ninguém está seguro”, resta ao governo ceder e conceder os aumentos salariais estapafúrdios exigidos pelos policiais.
Isso só acontece em Goiás. A Rede Globo, por exemplo, proíbe que os seus veículos de comunicação divulguem previamente a programação de greves em qualquer setor, por entender, com clareza, que esses movimentos são voltados exclusivamente para a conquista de vantagens localizadas e não têm compromisso com os interesses gerais da sociedade.
Aqui, o Grupo Jaime Câmara caiu na esparrela do movimento dos policiais e transformou o atendimento das suas reivindicações em questão de salvação estadual.