Alguns dos leitores deste blog nem eram nascidos, mas antes mesmo de o PFL se transmudar em DEM o senador Ronaldo Caiado já mandava e desmandava no partido. Tanto tempo com a legenda na mão (lá se vão quase 30 anos) faz dele o segundo cacique mais longevo de Goiás.
Agora tente adivinhar, leitor, quem é o cacique-mor da política do Estado? Ele mesmo, o ex-governador Iris Rezende (PMDB), hoje aliado de Caiado, que toca o PMDB na rédea curta desde os anos 80. Quando Iris se aposentar, esta desonrosa coroa cairá no colo do senador.
Uma análise em perspectiva mostra que o estilo bronco do senador não fez bem ao PFL velho de guerra, hoje DEM. Desde Helinho de Brito, o partido não elege mais vereadores em Goiânia. A representatividade na Assembleia Legislativa está minguando e a bancada de deputados federais eleitos por Goiás, que em 2010 consagrou dois parlamentares, hoje não existe mais. Sem falar no exército de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que preferem caminhar na base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB) a obedecer os caprichos do cacique.
Nos últimos quatro anos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o DEM foi o segundo partido que mais perdeu filiados em Goiás – atrás, mais uma vez, do PMDB de Iris. E 2015 foi o ano em que Caiado e sua família viram-se envolvidos, nas manchetes de jornal, em suspeitas de corrupção. As projeções para o DEM em 2016 são desanimadoras. Nas eleições municipais, o partido corre o risco de sumir do mapa.