Se havia dúvidas com relação ao projeto da prefeitura de Goiânia que cria os tais “Ecopontos” na Capital, elas foram todas devidamente esclarecidas em audiência pública realizada nesta semana na Câmara Municipal. Ficou claro que a proposta da Comurg é criar mini-lixões em dezenas de bairros – para o descarte de entulhos – e que a companhia não tem estudos de impacto ambiental que justifiquem a proposta.
Também ficou patente que a gestão do prefeito Paulo Garcia (PT) não faz a menor ideia do que fazer com o entulho que será despejado nestes “ecopontos”. Trocando em miúdos, a tendência é que o lixo se aglomere, cause mau cheiro e se transforme e criadouro para o Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue.
Nada alvissareiro para uma cidade que, em 2015, viveu a pior epidemia de dengue da sua história e que viu o alastramento de outras duas doenças relacionadas ao Aedes: a microcefalia (causada pelo Zika vírus) e a chikungunya.
Não há previsão para criação de novas usinas de reciclagem de lixo, que viabilizariam o reuso do entulho. A soma destes fatores leva à conclusão que, em poucos anos, Goiânia será uma cidade tomada pelos lixões – um em cada bairro, praticamente. Já pensou?
Para completar, a prefeitura não diz onde pretende construir as escolas e postos de saúde que, a princípio, seriam erguidas nas áreas públicas municipais onde deseja criar os ecopontos.
Uma bagunça só.