Quem lê as declarações de Iris Rezende, há décadas, conclui que ele se considera melhor que o resto da humanidade: tudo o que faz, na política, é porque foi convocado ou pelo povo ou, nada mais, nada menos, pelo próprio Deus.
Infelizmente, em quatro eleições, Deus e o povo, embora “chamando” e “convocando” Iris para a disputa, acabaram ficando, digamos assim, a favor dos adversários, quando as urnas foram abertas foram três derrotas para Marconi Perillo, para o governo do Estado, e uma para o Senado, quando perdeu para Demóstenes Torres e Lúcia Vânia.
É um feedback que deveria levar Iris, pelo menos, a desconfiar desses “chamamentos” e dessas “convocações”. Se o povo e Deus foram quem empurraram Iris, a contragosto da sua vontade pessoal, para enfrentar essas eleições, as derrotas comprovam que ou foi uma armadilha ou que, na campanha, tanto um (o povo) quanto o outro (Deus) acabaram perdendo a confiança e a fé, abandonando o velho cacique peemedebista à sua própria sorte.
Será mesmo, leitor, que Deus está preocupando com a eleição em Goiânia, a ponto de escolher um candidato, enquanto guerras, criancinhas morrendo e tantas injustiças permeiam o mundo? E o povo? Será que Iris pode confiar no povo, que não ficou ao seu lado em quatro eleições, não sufragou o seu nome e acabou entendendo que os adversários eram melhor do que ele, inclusive as duas últimas, em 2010 e 2014?
É bom abrir os olhos.