Mal redigido, confuso e impreciso na terminologia, o manifesto assinado por 280 advogados goianos, que se auto-intitularam “juristas do Estado de Goiás”, usa argumentos infantis para condenar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Segundo o manifesto, o afastamento de Dilma, sob acusação de crime de responsabilidade, é “sexista e machista”. Veja o argumento dos “juristas” goianos:
“Repudiamos quaisquer práticas de ordem sexista e machista contra a Presidente da República que incitam à violência de gênero contra as mulheres brasileiras”.
Tem cabimento? Então Dilma, por ser mulher, pode desgovernar e roubar à vontade que qualquer punição a ela será “sexista e machista”?
Mas a coleção de bobagens do manifesto não para por aí. A certa altura, por exemplo, o documento classifica o impeachment de “golpe espúrio”, o que significa que, para os seus autores, há golpes que são justos.
Mais uma: o manifesto condena as “artimanhas misóginas” contra o Estado de Direito. Meu Deus! Misoginia é um comportameto que só pode ser atribuído a homens, pois significa ódio ou aversão às mulheres, e nunca a “artimanhas”. Essas mesmas “artimanhas” são chamadas logo a seguir de “coercitivas” – quem é que pode explicar isso, ou seja, o que significam “artimanhas coercitivas”.
Assim são os nossos “juristas” de araque.