A secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, solta uma verdadeira bomba na edição desta sexta-feira do jornal Valor Econômico: no momento, o Estado de Goiás está gastando 80% de tudo o que arrecada com o pagamento do funcionalismo.
“Não adianta tirar itens da conta para cumprir os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal quando na verdade os Estados comprometem quase toda a sua receita com pessoal. Em Goiás, sem as brechas, 80% das receitas vão para despesas com pessoal. Nós precisamos escancarar isso”, disse a titular da Sefaz.
Até agora, o que se imaginava é que a folha de pagamento do funcionalismo estava dentro dos limites prudenciais. Mas a secretária Ana Carla, como ela mesma diz, resolveu “escancarar” a verdade.
É preciso lembrar que a secretária está se referindo a todo dinheiro que sai do caixa do Estado direto para o bolso dos funcionários – e isso não diz respeito apenas salários. Existe um cacho de penduricalhos, tais como verbas indenizatórias, auxílios, diferenças retroativas e uma infinidade de “malandragens” que fazem a folha de pagamento explodir, mas não entram no cálculo convencional das despesas com os servidores. Por isso é que ela disse que, no final das contas, 80% da arrecadação vai para a folha de pessoal.
Detalhe: a própria Ana Carla acaba de criar, na Secretaria da Fazenda, uma dessas “brechas”, ou seja, uma verba indenizatória de R$ 3,6 mil mensais para os auditores fiscais, supostamente sobre a justificativa de cobrir seus gastos como locomoção.
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