O deputado federal Daniel Vilela (PMDB), o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o marqueteiro e presidente do PRP, Jorcelino Braga, são os três culpados pelo duro revés sofrido pelos partidos de oposição nas eleições municipais deste ano. Por responsabilidade deles, o bloco que enfrentará os aliados de Marconi Perillo (PSDB) em 2018 está fragilizado.
Sob a gestão de Daniel, o PMDB perdeu 15 prefeitos e fincou bandeira em apenas 42 municípios. É o pior resultado desde 1982, ano em que a legenda elegeu Iris Rezende governador. Daniel foi o catalisador do esfacelamento do PMDB ao brigar com Iris e forçar o afastamento dele da cúpula do partido. Conduziu tão mal o processo eleitoral que permitiu que o PSDB faturasse até em Jataí, reduto do clã dos Vilela, algo que há dois ou três meses parecia absurdo.
Caiado pagou o preço pela intemperança de sempre. O senador, cada vez mais isolado, chega ao final da eleição com a corda no pescoço. O seu partido elegeu somente dez prefeitos, enquanto que em 2012 haviam sido 17. É possível disputar o governo do Estado com uma base tão pequena como essa? Será difícil. O pior é que Caiado se estranhou com o PMDB nessa eleição – em especial com Daniel Vilela, a quem acusou nos bastidores de ser intransigente na hora de negociar composições e alianças no interior. No cenário, é improvável que o PMDB apoie Caiado na disputa pelo Palácio das Esmeraldas.
O triunvirato de culpados pelo desastre eleitoral da oposição em Goiás se completa com Jorcelino Braga, ex-secretário da Fazenda do governo Alcides Rodrigues que hoje dedica-se a atacar Marconi onde pode. Como marqueteiro, ele é o culpado pelo mau desempenho de Iris Rezende (PMDB) em Goiânia, principal colégio do Estado. Iris e o PMDB ficaram decepcionados com a votação recebida no primeiro turno. Está tão cristalizada a certeza de que Braga é responsável pelo fiasco de domingo que a coordenação da campanha de Iris já discute o nome de um substituto para o segundo turno. A ideia é dar uma chacoalhada geral.
Com este trio no comando da oposição, Marconi pode dormir tranquilo. O que sobra em soberba, falta em talento e competência.