A repercussão dos atos de vandalismo no Centro de Goiânia, nesta sexta, e a reação da Polícia Militar, que agiu para garantir o patrimônio público e privado diante das depredações e para proteger os cidadãos expostos a ataques com pedras, pneus queimados e paus, é fundamental para se chegar a uma definição sobre qual a polícia que Goiás deseja: a que parte para o enfrentamento com a bandidagem ou a que prega candidamente a paz social?
Há poucos dias, o jornalista Cleomar Almeida, de O Popular, afirmou em matéria no jornal que a polícia de Goiás seria atrasada porque ainda se baseia no modelo de enfrentamento com o crime. Ele não apresentou alternativas, mas pressionou o secretário estadual de Segurança, Ricardo Balestreri, em uma entrevista, com perguntas nas quais sugeria que esse modelo seria ultrapassado.
Mesmo Balestreri, defensor dos direitos humanos e pouco a favor do trabalho de choque da polícia, respondeu dizendo que o enfrentamento faz parte da natureza do aparelho policial, embora, na sua visão, tenha que ser feito com respeito às normas legais e dentro do respeito às normas da civilização. Claro.
Agora, leitor, pense bem: se pessoas mascaradas, carregando mochilas repletas de pedras e outras armas, atacam a Polícia Militar e depredam patrimônio público e privado, ameaçando a integridade física das pessoas, qual deve ser a reação da polícia?
Conversar, apelar para a necessidade de paz, explicar que a violência não conduz a nada, que o vandalismo é ilegal, que, enfim, existem outros caminhos para externar insatisfações de qualquer natureza, de modo pacífico?
Ou reagir com dureza e mostrar que a lei tem que ser defendida, mesmo que à força?
É isso que está em questão, no caso da discussão aberta sobre os eventos desta sexta, em que O Popular, o Ministério Público e até mesmo a própria Secretaria estadual de Segurança assumiram a defesa dos mascarados – chamados de “vítimas” – e condenaram a ação policial. Vítimas ou arruaceiros?
Polícia de enfrentamento ou polícia de pregação da paz social?