As três Organizações Sociais (OSs) que gerenciam hospitais públicos em Goiás (Agir, Gerir e IGH) e que foram acusadas pelo Ministério do Trabalho de realizar fraudes trabalhistas milionárias ainda não se manifestaram. Procuradas pela reportagem do jornal O Popular, elas disseram que só a Secretaria de Saúde poderia se manifestar. A Secretaria por sua vez, argumentou que só vai se pronunciar quando for notificada oficialmente pelos auditores.
Enquanto jogam a batata quente de um colo para o outro, quem paga pelo desgaste é o governo, como um todo. As assessorias imprensa cometem um erro primário, que é deixar acusações sem resposta – ou respondê-las com atraso.
De acordo com o Ministério do Trabalho as fraudes trabalhistas são cabeludas. Apenas o não recolhimento da contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) supera o valor de R$ 8 milhões nos últimos cinco anos. Uma destas OSs tem passivo trabalhista de R$ 6 milhões proveniente de 169 reclamações.
A auditoria também constatou que há médicos que, em teoria, realizam jornadas de trabalho contínuas de até 60 horas (será que eles ficam no hospital durante este tempo todo?) em UTIs e centros cirúrgicos. Há também médicos que recebem sem vínculo de trabalho.
Além disso, os auditores descobriram que houve quarteirização da mão de obra médica para empresas de fachada e contratação de profissionais sem processo seletivo transparente. Foram lavrados 23 autora de infração por fraude em contratos de trabalho e jornadas excessivas.