O Goiás 24 Horas ouviu experimentados analistas de marketing político sobre as pílulas veiculadas pelo PSDB, no horário nobre da última quinta-feira, em que o vice-governador José Eliton é apresentado em cenas beijando criancinhas e abraçando velhinhas – seria um esforço, segundo a coluna Giro, em O Popular, neste sábado, “para mostrar proximidade com a população”.
“Ora, segurar criancinhas nos braços, abraçar velhinhas e cumprimentar populares são gestos demagógicos por definição. O eleitor tem essa percepção com a maior clareza. Quem trabalha com campanhas políticas e não se cansou de ver essa manifestação nas pesquisas qualitativas?”, pergunta um dos mais conhecidos e afamados especialistas em campanha de Goiás, com experiência de mais de 30 anos.
Outro profissional, também de antiga militância no mercado eleitoral, acrescentou: “José Eliton não deveria perder nenhuma oportunidade de mostrar que tem personalidade própria, com gestos, com ações, com falas e o ambiente de trabalho em que ele está inserido, como membro do governo Marconi. Mas o que as pílulas mostraram não teve nada a ver com isso, deixando de trabalhar a principal aresta de toda candidatura lançada e bancada por um grande líder (Marconi), que é mostrar capacidade e independência e não a sensação de um fantoche. As pílulas não trouxeram nenhuma imagem inovadora capaz de capitalizar a atenção do telespectador. Foram mostrados apenas movimentos difusos, que inclusive não deram sustentação ao que se disse final: a superioridade do jeito de governar do PSDB”.
Por fim, ambos os entendidos ouvidos pelo Goiás 24 Horas convergiram na mesma conclusão: “O candidato deveria ter ocupado os espaços de áudio conversando com pessoas. Depois era só selecionar as falas e eleger o que podia ir pro ar. O Zé Eliton precisa falar, falar com pessoas, mostrar que tem ideias e atitudes, mostrar interação com o eleitorado, mas não demagogicamente e sim por captar seus anseios e se viabilizar como o líder que pode trazer novas conquistas e realizações. Claro, não pode se descolar do Marconi, mas sempre com o cuidado de ter uma identidade – coisa que até o Alcides Rodrigues, em 2006, conseguiu vender e acabou se elegendo”.