Confira texto publicado no site GBrasil (clique aqui para acessar)
O senador e pré-candidato a governador Ronaldo Caiado (DEM) apresentou a sua primeira proposta de campanha para 2018. E decepcionou.
Em um dos recentes encontros organizados para promover a sua postulação, Caiado propôs a construção de hospitais em contâiners no interior de Goiás. Sugestão que cairia muito bem na Síria ou na Faixa de Gaza, mas que soa estranha em um estado que vive tempos de paz e onde o índice de aprovação popular na saúde pública está acima dos 90%.
O senador aposta no discurso de terra arrasada para faturar a eleição do ano que vem, a exemplo do que fizeram antes dele Iris Rezende (PMDB), Maguito Vilela (PMDB), Vanderlan Cardoso (PSB) e Antônio Gomide (PT). Todos fracassaram porque este discurso está descolado da realidade. Não existe uma conjuntura de caos em Goiás. Existe, sim, um cenário em que os avanços dos últimos anos foram inquestionáveis e que é preciso discutir agora como traduzir o forte crescimento da economia em mais avanços sociais.
O atual governo, como todos os outros, cometeu erros e acertos, mas se existe uma área em que o desenvolvimento é inquestionável é a Saúde. O modelo de gestão por Organizações Sociais elevou os hospitais da rede pública a patamar de excelência inédito no Brasil. Delegações de 18 estados e sete países já visitaram Goiás para conhecer o know-how do governo em gestão hospitalar. E, depois de transformar os hospitais da região metropolitana em vitrines, inaugurou-se a etapa de interiorização do atendimento com os hospitais regionais e com a rede AME.
Em contraponto aos contâiners de Caiado, o governo inaugura em dezembro a primeira unidade da rede Ambulatorial de Medicina Especializada (AME) na cidade de Goiás. O Hospital Regional de Uruaçu está quase pronto e o de Santo Antônio do Descoberto, que o município não conseguiu concluir, acaba de ser transferido para o Estado. Estas e outras medidas reafirmarão o sucesso do governo na área da Saúde e impulsionarão a candidatura do vice-governador José Eliton (PSDB) – ou Zé Eliton, como passou a ser chamado.
Caiado é médico e tem simpatizantes no Conselho Regional de Medicina (CRM), como o ex-presidente da entidade Salomão Rodrigues. Mas, com este discurso frágil e populista, será impossível desconstruir a narrativa de sucesso que o governo criou nos últimos anos no atendimento de casos de média e alta complexidade. Se quer hospitais em contâiners, que vá propô-los na Coreia do Norte, Vietnã, Iraque ou Afeganistão.
Aqui, nós estamos muitos passos à frente.