Poucos imaginavam que isso pudesse acontecer, mas fato é que ao celebrar os seus 84 anos, Goiânia vive dias ainda piores do que vivia com o finado Paulo Garcia (PT), que a população acreditava ser o pior prefeito entre todos que já administraram e que administrariam a cidade no futuro.
O octagenário Iris Rezende (PMDB) não dá mais conta das complexas demandas de cidade, que se modernizou, se desenvolveu e que abriga gente que vem do Brasil inteiro. Iris não entende que esta não é mais a cidade da década de 60, quando ele foi eleito prefeito pela primeira vez.
O velho cacique do PMDB sustenta a certeza de que ainda é possível resolver os problemas da cidade com os arcaicos mutirões, um expediente administrativo ultrapassado que consiste em pintar meios fios e roçar jardins para dar aos moradores a falsa impressão de que Goiânia vai bem. Mas não vai.
Enquanto o Estado gaba-se de ter transformado os hospitais da rede pública em centro de excelência e modernidade, os cais e postos de saúde avançam na direção contrária. Estão cada mais sucateados, combalidos, arrasados pela ação do tempo e pela falta de manutenção. Há poucos dias, mais dois Cais foram fechados: Jardim América e Guanabara. E tudo indica que vários outros serão fechados pelo simples motivo de que a prefeitura não consegue gerí-los.
A coleta de lixo voltou a ser um drama na vida das pessoas. São dez, até 20 dias sem a visita do caminhão coletor em alguns bairros. Há quem diga que a precarização do serviço é obra de quem quer forçar a privatização da Comurg. Outros dizem que é incompetência mesmo.
Em 2005, logo que retornou à prefeitura depois de mais de 40 anos, Iris suspendeu contratos de terceirização de limpeza urbana. Arrotou que a prefeitura economizaria e prestaria serviço de melhor qualidade na Comurg. Quem não se lembra da apedrejada empreiteira Qualix? Agora, ameaça fazer o movimento contrário, deixando a clara impressão de que estão todos perdidos no Paço. Ninguém sabe o que fazer.
É desse jeito que Goiânia completa 84 anos. Mais feia e suja do que nunca, negando até o reajuste da data-base aos servidores que por ela trabalham todo dia. Estamos no fundo do poço? Da mesma forma como não estávamos com Paulo Garcia, é forçoso acreditar que ainda é possível piorar.
Não temos motivos para comemorar. Mesmo assim, parabéns, Goiânia.