Em vez de levantar-se em defesa da sociedade na época em que a crise hídrica atingiu a sua fase mais aguda, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) em Goiás foi omisso.
O presidente da entidade, Francisco Almeida, furtou-se covardemente da responsabilidade de se oferecer para investigar se a falta de água era um problema causado pela estiagem (como argumenta o governo) ou pela incompetência da Saneago.
O melhor a fazer, dada a omissão no momento crucial, seria continuar em silêncio. Mas agora que a Inês é morta, Francisco tem a cara de pau de ocupar espaços na imprensa para se posicionar sobre o assunto – e ainda assim, de maneira patética.
Na terça-feira, a TV Assembleia transmitiu um debate entre ele, o presidente da Saneago, Jalles Fontoura, e o deputado Waguinho Siqueira (PMDB). Francisco defendeu a tarifa vermelha da Saneago e pior: propôs a criação de um novo imposto da água. Disse que se cada goiano pagasse R$ 2 a mais, o problema de abastecimento estaria resolvido.
O blog noticiou a fanfarronice do presidente do CREA e ele, em ato contínuo, providenciou a publicação de um artigo no O Popular (desta sexta-feira) em que tenta fazer média com o assunto. Mas, de novo, foi uma intervenção desastrada. Francisco fez propostas bisonhas, como instituir bebedouros para animais, e além disso sugeriu medidas que o governo já realiza há muito tempo: monitoramento da vazão do rio Meia Ponte e a suspensão de novas outorgas para captação.
Outra proposta ridícula: criar um comitê que reúna Saneago, Secima, Faeg, Fieg, prefeituras, poderes legislativos entidades civis publicas para debater o assunto. Como se juntar um monte de engravatados sem poder de decisão em torno de uma mesa fosse resolver alguma coisa.
Pelo próprio bem, é melhor que Francisco entenda que o melhor a fazer é voltar para o seu cantinho.