O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio Paiva, disse que saiu “frustrado” da reunião de autoridades do Judiciário e Executivo com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, porque ela se negou a admitir que o Estado brasileiro perdeu o controle sobre o sistema carcerário do País.
Lúcio apresentou à ministra sugestões de mudança no universo prisional e apresentou relatórios produzidos pela Ordem sobre a situação dos presídios goianos. Mas, ao entregar o relatório, expôs críticas que segundo ele incomodaram a presidente do STF.
“Disse à ministra que o Estado brasileiro perdem a soberania de suas prisões, que estão sob comando do crime organizado. Claramente desagradada, a ministra negou e disse que minha fala carecia de provas… pergunto: que provas mais precisamos?”, escreveu Lúcio Flávio nas suas redes sociais. “A festa de final de ano dos presos do semiaberto, regada a drogas e bebidas e que acabou se transformando em rebelião não é suficiente? O comando que os chefes do crime exercem desde as prisões sobre suas facções não é suficiente? Que provas mais, reitero, precisamos? Quanta violência mais, dentro e fora das cadeias, será preciso?”
Lúcio Flávio escreveu também que “enquanto as autoridades continuarem negando o óbvio, nada mudará. Fiz minha parte; a Ordem fez sua parte; mas saio frustrado do encontro”.
Partiu dele e de integrantes da OAB o pedido de tutela que determinou a transferência imediata de presos do semiaberto para prisões federais e limitou a 400 o número de detentos do Complexo Agroindustrial de Aparecida de Goiânia. A OAB também conseguiu que a Justiça exigisse do governo a reforma do Complexo em até seis meses.