A despeito das importantes revelações feitas ao longo de meses de investigações, a CEI da Saúde na Câmara Municipal de Goiânia prestou um desserviço à cidade ao isentar o prefeito Iris Rezende (MDB) das várias irregularidades cometidas na área entre janeiro de 2017 e abril de 2018.
Os vereadores transmitiram a mensagem de que a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, alvo de seis pedidos de indiciamento, agiu por conta própria ao cometer deslizes flagrantes que custaram caríssimo ao bolso do contribuinte (como a aquisição, sem processo licitatório, de um software de R$ 4,2 milhões para regular exames que só piorou o que já era ruim).
Isentaram Iris também da responsabilidade pela suposta existência de um esquema de seleção de pacientes “mais lucrativos” para os leitos de UTI credenciados ao SUS – que o promotor Érico de Pina disse ter certeza que existe.
Quem conhece Iris sabe que o prefeito é o mais centralizador de todos os políticos que ocuparam cargos de destaque na política de Goiás. Nada é realizado em suas administrações sem o seu conhecimento e aval, principalmente se envolver somas altas de dinheiro (como é o caso do software). Sem falar que, do ponto de vista legal, é impossível não culpá-lo pelo desmonte dos Cais de UPAs, que hoje não têm algodão e seringas para atender os doentes.
A CEI teve importância e fez barulho, mas o final foi decepcionante.