Texto publicado no site GBrasil (clique aqui para acessar)
Num momento em que a relação entre o prefeito Iris Rezende (MDB) e a Câmara de Vereadores de Goiânia é a pior possível, o Legislativo se prepara para receber mais um projeto que estipula alterações impopulares na previdência pública da Capital.
Entre as alterações está o aumento da alíquota de contribuição previdenciária. O funcionário público que hoje dispensa 11% do seu salário mensal para engordar o fundo previdenciário terá de dispensar 12% em 2019, 13% em 2020 e 14% em 2021.
Será a segunda vez que a prefeitura manda para Câmara mudanças na Previdência neste ano. O projeto anterior foi arquivado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) depois de sofrer ataques duríssimos por parte da oposição e dos servidores.
O aumento escalonado é a novidade deste segundo projeto, mas a mensagem clara do funcionalismo é que aumento nenhum será aceito.
A combinação entre o mau humor dos servidores e a fragilidade da base de Iris – que não consegue construir uma tropa de choque fiel e confiável – é suficiente para garantir turbulências na tramitação do projeto. O sentimento é de que hoje é muito difícil o texto de Iris ser aprovado.
Os vereadores da base do prefeito sentem que não são prestigiados pelo Paço como merecem. Desde o começo de 2017 emitem sinais de insatisfação, derrubando vetos e instalando comissões de inquérito que desgastam a administração. Mas Iris não reage, ou melhor: reage com indiferença.
O staff de Iris reconhece as dificuldades. Tanto é que já estuda meios alternativos de cobrir o rombo na previdência. Uma delas é a alienação de áreas públicas que valem R$ 1 bilhão. Outra é transferir para o Instituto de Previdência (IPSM) todo dinheiro que o município recebe com a cobrança judicial dos inadimplentes de ISS e IPTU.