Para o senador Ronaldo Caiado (DEM), esta é a pior semana de um processo eleitoral que se desenrolou com tranquilidade até aqui. Pela 1ª vez desde 1994, ano em que também disputou o governo, Caiado é forçado a participar de 3 debates em sete dias: na rádio Interativa, segunda-feira; na TV Brasil Central, na terça; e num pool de sites de notícia (Mais Goiás, A Redação e Diário de Goiás) na quinta.
Caiado perde as estribeiras quando exposto ao contraditório. Chamou de “bandido” e “safado” o ex-ministro das Minas e Energia Eduardo Braga numa sessão do Senado, em 2015, e botou dedo em riste na cara Luiz Bittencourt num famoso debate na TV Serra Dourada nos anos 1990.
Debater é quase humilhante para um político vaidoso como senador, que fala de si mesmo em terceira pessoa e se auto-elogia sem medo de transparecer arrogância. Ainda mais porque está na casa dos 40% nas pesquisas, o que no cabeça dele, confere-lhe prestígio quase imperial.
Debater é sacrificante para Caiado, que espera passar pelo calvário eleitoral e sagrar-se vitorioso sem assumir mais compromissos do que já assumiu. Que não quer apresentar propostas. Apenas se escorar no sentimento de mudança de parte da população.
Caiado torce para que o vácuo de ideias da sua campanha não venha à luz nestes debates.