A fusão de secretarias esteve entre as principais críticas do senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) à gestão atual durante a campanha eleitoral. O demista disse incontáveis vezes que a junção de áreas afins produziu pastas que, de tão grandes, se tornaram completamente ineficientes. Agora, repete a fórmula que condenou para criar a Supersecretaria de Economia, resultado da fusão as atuas secretarias da Fazenda e de Gestão e Planejamento.
Caiado copia o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que criou o Superministério da Economia fazendo exatamente a mesma função entre as duas áreas. Para a Supersecretaria da Economia caiadista vai a economista Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt, indicada pelo superministro da Economia Paulo Guedes. Vale lembrar que a Segplan já é resultado da fusão entre a antiga Aganp (Agência Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos).
A decisão de ampliar ainda mais a área fazendária estadual é uma demonstração do gigantismo do arrocho nas despesas e nos investimentos que Caiado prepara para quando assumir o governo, em 1.º de janeiro. A fusão entre Planejamento e Aganp, feita no terceiro mandato de Marconi Perillo (PSDB, 2011-2014), já tinha sido alvo de severas críticas de aliados. Mas acabou funcionando e foi um porto seguro para a gestão e para os servidores quando a economista Ana Carla Abrão, obcecada pela tesoura fiscal, assumiu a Fazenda em 2015.
O mercado e os economistas afirmam que a tesoura de Ana Carla é pequena e cega comparada à que Cristiane Schmidt trará na bolsa de presente para Goiás. No Superministério da Economia, Paulo Guedes já fala, circula e atua como se tivesse mais poderes que o chefe Bolsonaro. Resta saber como sua discípula se comportará quando enfim assumir suas funções à frente da Supersecretaria da Economia do chefe Caiado.