As declarações corajosas do presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB), sobre o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM, publicadas na sexta-feira na coluna Giro , n’O Popular, sugerem um sentimento que está se cristalizando acerca do demista: a ingratidão e a falta de compromisso com que o ajuda.
Vitti relatou que Caiado o procurou com demandas na Assembleia e nas conversas disse várias vezes que contava com ele para a sua equipe. O governador eleito solicitou que o presidente desatasse os nós do percentual Orçamento Impositivo e da convalidação dos incentivos fiscais da empresas.
“O que ele me pediu na Assembleia foi feito e eu vi que, depois disso, tudo esfriou. Falávamos três, quatro vezes ao dia e agora não nos falamos mais. Ou fui usado, que não é uma característica dele, ou me queimaram”, assinalou.
Deputados e prefeitos também manifestam nos bastidores insatisfação com o comportamento frio e distante de Caiado após vencer a eleição – muito diferente, anotam, dos tempos da campanha, quando um Caiado humilde e solícito atendia pessoalmente o telefone celular e estava sempre disponível para recebê-los.
Este comportamento ficou patente na montagem do secretariado: Caiado não consultou ninguém, a não ser a própria família, para montar sua equipe de auxiliares, desprezando solenemente apoiadores de primeira hora, como o deputado José Nelto e os prefeitos dissidentes do MDB, à frente Adib Elias.
Caiado sempre foi um político solitário e nunca teve grupo em Goiás. Por certo, a narrativa de Vitti tem o condão de explicar pelo meios em parte a personalidade exclusivista, narcisista e autoritária do demista, que é irascível, não cultiva amizades e, mais do que isso, parece não ter a menor cerimônia em usar as pessoas para atingir seus objetivos e depois rifá-las.