O renomado economista Julio Paschoal, professor universitário e servidor efetivo do governo estadual, listou neste fim de semana 11 fatos que desmentem as fake news do governador Ronaldo Caiado (DEM) sobre a situação de terra arrasada nas contas públicas do Estado. Entre as mais importantes e que merece toda a atenção está a assertiva de que a relação entre dívida e receita, considerada positiva, levará a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) a negar a adesão de Goiás ao chamado Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
“A dívida consolidada não é de 101,19% e sim de 91,3% (da receita corrente líquida), com tendência a chegar a 77% em 2020”, diz Paschoal no item 9 de sua análise, publicada em sua página no Facebook. “Para entrar no RRF, o mínimo de comprometimento da relação dívida/receita líquida é de (no mínimo) 101% e o máximo de 200%. Os técnicos do Tesouro Nacional irão provar isso”, antecipa o economista.
Outro esclarecimento fiscal importantíssimo feito por Julio Paschoal é o de que “não existe uma única folha de dezembro e sim várias, de acordo com o número de órgãos e agências” – ou seja, uma para cada secretaria, autarquia, fundação e empresa do governo. “Em 20, o pagamento já foi realizado. Como fazer para pagar o restante mesmo não tendo sido aprovado o orçamento?”, pergunta o economista. “Empenhando 1/12 avos da receita estimada em folha e pagar. Esse mecanismo é permitido pela legislação”.
O resumo é o seguinte: quanto mais especialistas sérios como Julio Paschoal se manifestam tecnicamente, mas evidente fica a farsa de terra arrasada apresentada por Caiado para tentar destruir o legado de Marconi Perillo, como se, assim, ele pudesse começar Goiás do zero. “Elegeram vilões – servidores públicos, setor produtivo e órgãos fiscalizadores – e agora estamos pagando as contas dessa irresponsabilidade”, disse.