Quando era parlamentar, o hoje governador Ronaldo Caiado (DEM) se especializou no ofício de criticar a conduta de governadores de Estado e presidentes da República. Nos últimos oito anos, seus alvos preferenciais foram Marconi Perillo (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), como parte de sua estratégia para chegar ao Executivo goiano.
Os pronunciamentos do Caiado deputado federal e senador ficaram arquivados e ressurgem com o desembarque dele no Palácio das Esmeraldas. Vêm à tona não pela coerência entre o que Caiado disse como parlamentar e faz como governador, mas pelo contrário: chocam pela imensa contradição.
É o caso de um pronunciamento feito por Caiado em agosto de 2013, que se aplica perfeitamente ao momento atual: nele, o então deputado federal diz o que um governante não deve fazer. É o Caiado deputado criticando o Caiado governador.
“Quando um governo enfrenta um momento de crise é que você consegue separar o estadista do populista”, afirma Caiado, para diferenciar:
O estadista:
“O estadista é aquele que tem a coragem de chegar de público e dizer os pontos em que falhou, reconhecer os seus erros e reorientar o seu governo.”
O populista:
“O populista é aquele que sempre tenta transferir para outros a responsabilidade do seu governo. Tenta sempre achar um bode expiatório, tenta sempre satanizar um setor, demonizar outros, para tentar sempre vender a ideia de que ele não tem nada a ver com o problema que está acontecendo, que aquilo não é falha dele, se posa de Pôncio Pilatos, lava as mãos e responsabiliza terceiros pela situação caótica em que se encontra naquele momento o Estado. Estatura de marquetagem, marquetagem política.”
Caro leitor, há alguma dúvida de que o próprio governador se auto-define populista?
Veja: