Não adiantou puxar saco e viajar para Brasília duas – ou até três – vezes por semana. A atenção que o presidente da República, Jair Bolsonaro, dispensa para Goiás é a mesma de um surdo em um show de rock. Quem diz isso não é blog, mas o próprio governador Ronaldo Caiado.
Em nota publicada na última terça-feira, a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, informa que, em reunião com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, na segunda-feira anterior, Caiado subiu o tom na cobrança por reciprocidade à lealdade que prestou ao governo bolsonarista em 2019. “Opositores estão sendo mais bem tratados do que aliados de Jair Bolsonaro”, disse Caiado.
O descontentamento, segundo o jornal, foi motivado pelo Banco em colaborar com a privatização da Cedae, companhia de saneamento do Rio de Janeiro, governado por Wilson Witzel (PSC), adversário de Bolsonaro.
na ocasião, Caiado lembrou que abriu as portas para a quarentena dos repatriados da China, em Anápolis, e da defesa de Bolsonaro, contra a “ira de governadores, inclusive o Rio”, por conta da proposta desafiadora do presidente, de zerar os tributos dos combustíveis.
No primeiro ano de governo, Bolsonaro visitou Goiás uma meia-dúzia de vezes, fez discursos elogiosos o governador e às calorosas receptividades dos goianos. Mas ficou só nisso.
Com exceção dos repasses normais dos ministérios da Educação, Saúde e Segurança Pública, o Estado não teve mais nenhuma ajuda.