Neste domingo (3), a literatura brasileira perdeu a escritora Lygia Fagundes Telles, que morreu aos 98 anos em São Paulo.
Quando tinha cerca de 15 anos, no ano de 1938, Lygia publicou sua primeira obra de contos, com o título de “Porão e sobrado”. Esse livro, inclusive, só pôde acontecer devido a ajuda de seu pai que pagou a edição e deixou que ela assinasse como Lygia Fagundes.
No ano de seguinte, em 1939, ela terminou o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos, um dos mais tradicionais da cidade, e ingressou na Escola Superior de Educação Física. Vale dizer que, enquanto cursava essa instituição, ela ainda arrumava tempo para frequentar o curso pré-jurídico, um preparatório para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Na década de 70 ela foi agraciada com o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, pelo seu livro de contos “Antes do Baile”. No ano de 1973 chega ao público outro romance: As Meninas e, com esse livro, ganha o prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e o prêmio de Ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 2001 voltou a receber o Prêmio Jabuti, na categoria de ficção, pelo seu livro Invenção e Memória. Em 13 de maio de 2005 recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto da obra, distinguida pelo júri composto por Antônio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola). Lygia era integrante da Academia Brasileira de Letras desde a década de 80.