Ser chamada de ‘prostitutinha’, ‘putinha’, ‘garota de programa’ e no outro dia ir para a escola não é brincadeira. Pior ainda, quem afirmou foi o presidente da república. Alguém já parou para pensar nos assédios que essas meninas venezuelanas passaram a sofrer depois desse caso? Como os pais estão envergonhados? E os coleguinhas de sala de aula?
O jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria que mostra como a fala imprudente de Bolsonaro afetou essas crianças.
As meninas venezuelanas associadas por Jair Bolsonaro (PL) à prostituição passaram a última semana sem sair de casa, evitando até ir à escola, para serem preservadas do assédio ao qual foram submetidas após as declarações dadas pelo presidente a um podcast.
O relato é do deputado distrital Leandro Grass (PV), que tem mantido contato com pessoas ligadas às meninas e representantes de órgãos públicos que acompanham o caso. Ele foi o primeiro a protocolar um pedido de investigação no Ministério Público a respeito da fala do presidente.
Segundo Grass, somente agora as garotas começaram a retomar a rotina, porque tem havido um esforço muito grande de lideranças locais e grupos de apoio não só para preservá-las, como também a família, e evitar que sejam ainda mais assediadas, principalmente por políticos.
Na quinta-feira (20), a Rede Intersetorial de São Sebastião, formada por lideres da região, divulgou um documento pedindo providências.