Em seu último pronunciamento como presidente do Brasil, o derrotado Jair Bolsonaro (PL) apareceu com cara de choro. Atacou a esquerda, lembrou do atentado que sofreu, e perguntou: “o que seria do Brasil se a facada tivesse sido fatal, quem estaria no governando o Brasil?”, depois se gabou do fato de ter ‘atrasar o Brasil de chegar nesta ideologia nefasta (da esquerda)’.
Em tom de campanha, Bolsonaro voltou a dividir a política brasileira entre bem e mal: “o bem vai vencer. Temos lideranças espalhadas pelo Brasil”. Sobre a sua derrota ele disse que ‘o Brasil não vai acabar no dia 1º de janeiro, com a posse de Lula’.
Bolsonaro atacou a justiça, disse que está sendo tratado como ‘criminoso’ por ter lido nas redes sociais um papel que ligava a covid-19 a aids. Reclamou dos bolsonaristas presos e classificou os atos golpistas como “liberdade de expressão”.
Bolsonaro rebateu o discurso de Lula (PT) sobre a redução do preço da gasolina e considerou a proposta do petista como ‘errada’. Sobre o desarmamento da população, o presidente derrotado afirmou que é preciso armar o povo para a ‘guerra’ e que desarmar é aumentar a violência. Classificou seu governo como ‘resgate do patriotismo’.
Jair Bolsonaro lembrou da farsa, montada por seu partido, sobre a ‘distribuição desigual’ de veiculação da propaganda eleitoral em emissoras de rádios no nordeste. Afirmou que sofreu perseguição, mas que seus votos não estão nas urnas, mas ‘nas ruas’. Sobre as manifestações bolsonaristas, o presidente comentou que ficou calado por respeitar o que considera ser a vontade do povo, e que ele não coordenou seus seguidores.
No final do pronunciamento Bolsonaro disse que foi difícil ficar calado durante dois meses, que deu a vida pela pátria, desestimulou o confronto armado e pediu união na paz: “temos que viver a paz não apenas da boca pra fora”, como recado para seus seguidores.