Isso é Goiás: a repórter política que se considera a mais importante do Estado criou um modelo de jornalismo que deixa em segundo plano a análise dos fatos e prioriza o julgamento e condenação dos políticos e das autoridades.
Trata-se de Fabiana Pulcineli, que integra a editoria de Política de O Popular.. Mas a coerência e o conteúdo que ela cobra de tudo e de todos, ela mesma despreza – como se estivesse acima dos princípios éticos e morais da profissão.
Exemplo: a jornalista participou das pesquisas qualitativas contratadas pela campanha de Iris Rezende, nas eleições passadas. Fabiana não só esteve nas sessões das pesquisas realizadas pelo instituto Verus, por encomenda do PMDB, como ajudou a interpretar os resultados. Nisso, ele teve como parceira a editora-chefe de O Popular, Cileide Alves. Foram as duas que tiraram, dos resultados das pesquisas, a conclusão de que o governador Marconi Perillo seria “autoritário” e que esse deveria ser o principal mote dos ataques ao tucano no programa de Iris na televisão. O desenho animado “rei mandão” foi uma decorrência dessas análises.
Mas Fabiana e Cileide não informaram aos leitores de O Popular que estavam participando de uma campanha partidária, o que é gravíssimo porque, em um movimento que dificilmente pode ser considerado como espontâneo ou uma coincidência, o jornal investiu pesado para forçar uma possível repercussão do “rei mandão” – que, na prática, não teve nenhuma influência no andamento da campanha e no resultado da eleição. Ou seja: elas estavam apenas “apoiando” a tese que criaram para o PMDB.
De alguns dias para cá, em vez de analisar as circunstâncias, Fabiana Pulcineli vestiu mais uma vez a máscara de censora da sociedade e condenou primeiro a presença da presidente da Acieg, Helenir Queiroz, nas manifestações do dia 15. Depois, prolatou sentença condenatória também para o discurso do governador Marconi Perillo durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Goiânia. Não avaliou nem procurou entender e explicar o significado desses acontecimentos, simplesmente reprovou mediante um juízo moral – que, se servisse de filtro para o que a jornalista fez na campanha do ano passado, seria suficiente para enquadrá-la nos mesmos rígidos critérios que levaram o Grupo Jaime Câmara a demitir o apresentador Marcelo Rezende por supostas ligações com um contrato de prestação de serviços para a Agetop.
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