O advogado Flávio Buonaduce Borges, que também é mestre e doutorando em Direito Processual Civil e conselheiro seccional da OAB, toca em assunto polêmico em seu artigo neste domingo na página de opinião de O Popular.
Flávio Buonaduce Borges analisa a farra de benefícios que turbinam os salários do Ministério Público em Goiás e, segundo ele, lembrando reportagem publicada há poucos dias pelo jornal, “elevam os salários dos promotores e procuradores do Estado de Goiás acima do teto constitucional. Os pagamentos classificados como indenizações variam entre R$ 83 mil e R$ 116 mil. Com isto, os salários podem chegar a R$ 150 mil, cinco vezes mais que o teto da Constituição Federal, que é o salário de um ministro do STF”.
O advogado busca uma explicação para o que chama de “ganância salarial” do MP e diz que “a atual Constituição deu ao Ministério Público a independência e a autonomia das quais precisava para atuar em nome da sociedade. E ele tem desempenhado exemplarmente este múnus. Mas quando vemos alguns usarem de caminhos alternativos para ganhos excessivos, percebemos que algo está errado. Parece que a paposa está vigiando nosso galinheiro”.
Segundo Flávio Buonaduce Borges,” É impossível de se explicar para um brasileiro, que há muito sobrevive com um salário defasado, que o MP se utiliza de auxílios, diferenças e licenças para quintuplicar seus vencimentos”. Ele termina lembrando a fábula, muito conhecida, “A Raposa e o Galinheiro”:
“A raposa administrava o galinheiro e, aproveitando seu poder, comia uma galinha e limpava os rastros para que ninguém desconfiasse. Mas a ganância foi tanta que um dia abusou da comilança e atiçou a desconfiança do dono do galinheiro”.