O artigo do professor e cientista político Itami Campos, em O Popular, neste domingo, comparando o Inova Goiás com o Plano MB, tem o mérito de abrir o debate sobre uma nova etapa do processo de modernização do Estado e principalmente da sua economia.
Esse processo, segundo Itami Campos, começou nos anos 60 com o Plano MB, lançado pelo então governador Mauro Borges, que apostou pesado na estatização para “tentar sobrepor à cultura tradicional um dinamismo empreendedor” e foi muito bem sucedido.
Agora, observa o cientista político em seu artigo, “o mundo apresenta-se outro. O desenvolvimento tecnológico deu outra dinâmica, trazendo exigências e novos condicionamentos. Forçosamente, saímos do mundo da disciplina para a interdisciplinaridade. O comportamento das forças que movem a economia tem forçado e exigido um novo modelo de integração do conhecimento”, escreve.
Segundo Itami Campos, “a inovação tem se tornado o principal fator do processo de crescimento da economia mundial” – e o Inova Goiás investe nessa tendência, enfatizando o papel do que chama de “tríplice hélice”, ou seja, “a conjugação de esforços dos três atores de qualquer sistema de inovação – governo, setor empresarial e instituições de ensino superior, procurando como resultado a integração destes setores no desenvolvimento de pesquisas e projetos de ciência e tecnologia”.
Para ele, o programa é “ousado” porque “atrai o setor empresarial liderado pela Fieg, com seu núcleo de inovação e as instituições de ensino superior, com seus núcleos de inovação tecnológica e incubadoras de empresas, associando-se na efetivação do necessário ecossistema de inovação para que a pesquisa se desenvolva e ocorra a transferência de tecnologia e de conhecimento”. Em resumo, o Inova Goiás pode ter, para o Estado, o mesmo impacto que o Plano MB teve no passado, considerando-se as proporções e a nova realidade dos dias de hoje.