Veja texto publicado pelo Jornal Opção:
Um vídeo com suposta tentativa de extorsão por parte de empresa despachante de Goiânia promete esquentar os trabalhos da CEI das Pastinhas, que investiga a emissão irregular de alvarás de construção entre 2007 e 2010 na extinta Secretaria Municipal de Planejamento (Seplam), durante a gestão do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).
A nova denúncia será apresentada na reunião da próxima sexta-feira (3), na Sala de Comissões da Câmara Municipal de Vereadores. O vídeo teria sido gravado por um cidadão comum que toca construção de sua casa no Setor Conjunto Guadalajara.
Ele tentou regularizar processo na Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) por não ter respeitado os limites de recuo para a obra. Na primeira vez, não conseguiu. Na segunda, obteve sucesso e ouviu da dona da empresa que não precisaria derrubar nada do que já foi levantado, pois as coisas seriam “ajeitadas” caso fossem pagos R$ 6 mil. Ao homem, não foi garantido de que o fiscal de obras e edificações da prefeitura iria ao local averiguar a situação após o acerto. Nenhuma quantia foi repassada à empresa. “Não pode falar para ninguém, vamos resolver”, diz a mulher que aparece no vídeo.
Presidente da CEI, o vereador Elias Vaz (PSB) acredita que o conteúdo comprova o pedido de propina para que a fiscalização municipal não embargue obra irregular. O vídeo foi entregue de forma espontânea aos vereadores e nenhum nome foi citado. A intenção, segundo ele, é a de mostrar a diferença do tratamento entre cidadão comum e grandes empreendedores.
Com o novo caso, os integrantes da CEI decidiram suspender os depoimentos marcados para o fim de semana para focar nesta denúncia. As oitivas terão continuidade após a reunião.
Na quarta-feira (23), os vereadores decidiram convocar para depor três servidores municipais e um representante da empresa despachante Cenário Urbano, citada pelo empresário Malkon Merzian, dono da Construtora e Incorporadora Merzian. Não foi confirmada se essa seria o estabelecimento envolvido no caso.