Em artigo na edição desta sexta do Diário da Manhã, o senador Ronaldo Caiado relembra enfaticamente que é “liberal” e que sempre foi “a favor das privatizações”, porém com uma exceção: “Não no caso da Celg”, escreve o senador.
Para tentar explicar a incoerência, Caiado desfia os argumentos já conhecidos e lamenta que o Senado tenha aprovado um dispositivo que reduz a dívida da empresa, viabilizando a sua venda e aumentando o seu valor – o leilão está marcado para o próximo dia 19 de novembro, com previsão de preço, até agora, de até R$ 10,5 bilhões.
É esse número que incomoda o senador. Quase a metade, ou seja, em torno de R$ 4 bilhões, no mínimo, serão repassados para o governo de Goiás. E o governador Marconi Perillo já anunciou que esses recursos serão integralmente revertidos em investimentos na infraestrutura do Estado e nas ações do programa Inova Goiás. O quarto mandato de Marconi, assim, passaria para a história como a gestão mais realizadora de todos os tempos.
Por isso, Caiado é contra a privatização da Celg. Sem apresentar nenhuma prova ou documento, ele diz que há irregularidades na empresa que seriam “enterradas” com a sua transferência para a iniciativa privada. O problema é justamente esse: são só palavras ao vento, o senador não comprova o que diz. E, pior, pisoteia o seu próprio passado: é “liberal” e “a favor das privatizações”, porém… não no caso da Celg. É difícil entender tanta incoerência.