A seção de protocolo da Câmara dos Deputados registra diariamente centenas de requerimentos encaminhados pelos parlamentares para o Governo Federal. Estes documentos versam sobre uma infinidade de assuntos: pedem a construção de pontes, hidrelétricas, praças, recursos para festivais, transporte escolar, postos de saúde, creches, etc.
Como o Governo é incapaz de atender ou de sequer tomar ciência de todos os requerimentos, eles acabaram por se transformar em um embuste da rotina burocrática de Brasília. Os deputados e senadores fingem que batalham por algo e o Governo Federal finge que se esforça em atendê-los. Estes documentos têm a mesma importância de uma criança de cinco anos que aconselha os pais sobre administração orçamentária.
Quando era senador, o hoje prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), protocolou requerimento que pedia a criação de mais universidades federais em Goiás – assunto que já estava à mesa do presidente da República desde os tempos de José Sarney. Risco n’água.
Muitos anos depois, ao saber da notícia de que o Governo Federal finalmente investirá na criação de duas novas universidades no Estado, o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) tira da gaveta do tal “pedido” feito pelo pai para, de um jeito meio envergonhado, requerer para a família a paternidade da iniciativa para a família.
Pior de tudo: o texto que ele publicou no Facebook tem erro de português. Diz que o pai foi um dos políticos que “batalhou” pela causa, quando o certo é “batalharam”.