Há até pouco tempo, havia seis quadros no gabinete do prefeito Paulo Garcia (PT). Um deles com sua própria foto; outro com a foto da presidente Dilma Rousseff (PT); o terceiro com a foto do primeiro prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges; o quarto com a foto do ex-governador Pedro Ludovico; o quinto, bem maior, com o retrato do ex-presidente Lula e, por fim, um retrato que mostra Paulo abraçado a seu padrinho político, Iris Rezende (PMDB).
Venerando de Freitas Borges e Pedro Ludovico não mereciam estar nesta galeria de políticos que ou são inoperantes, ou corruptos, ou ambiciosos demais. Ambos construíram juntos a nova Capital do Estado de Goiás, num lugar onde não havia nada além de um descampado. Sonharam e deram viço a este sonho, trazendo-o para a realidade.
Assim nasceu Goiânia, uma cidade que um dia já foi referência nacional em qualidade de vida e referência econômica para os estados do Centro-Oeste e Norte brasileiros, mas que hoje se vê às turras com problemas de uma cidade quinquecentenária, apesar de seus oitenta e poucos anos. Uma cidade que não consegue dar cabo a problemas básicos, como a coleta de lixo, que dirá de problemas maiores, como a mobilidade urbana. Uma cidade entregue à corrupção, aos supersalários e ao roubo de merenda escolar.
Venerando e Pedro Ludovico não merecem estar onde estão. O lugar deles não é ao lado de gente tão despreparada e que está fazendo tão mal a Goiânia.