O resultado do autoritarismo do ex-governador Iris Rezende e de muitos anos de decisões equivocadas reflete-se no quadro de filiações do PMDB. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em quatro anos o partido perdeu nada menos do que três mil filiados. No mesmo período, o PSDB, partido do governador Marconi Perillo, ganhou 3,5 mil militantes.
Nestes quatro anos, três episódios marcaram o PMDB em especial. O primeiro foi a declaração de apoio à reeleição do prefeito Paulo Garcia (PT), que mesmo naquela época já se mostrava um fiasco administrativo. Por outro lado, Paulo representava a única chance de o partido manter os seus cargos na prefeitura e por isso o PMDB caminhou ao seu lado.
O segundo episódio foi a briga entre Iris e o empresário Júnior Friboi, que dividiu o peemedebismo ao meio. Foi uma guerra cruenta, com toques de covardia de ambas as partes, que redundou em ressentimento por parte dos derrotados: os friboizistas. O confronto fez com que o PMDB chegasse combalido à eleição estadual e, para piorar, o discurso de Iris mostrou-se mais antiquado do que nunca. Por isso perdeu, de novo, para Marconi.
O terceiro episódio desta saga decorre, em boa parte, do segundo. Insatisfeitos com a condução dos rumos do partido, vários prefeitos do PMDB declararam apoio ao governador tucano em 2014. Em vez de ciscar para dentro, a direção do partido, imbuída do espírito jacobino, mandou todos para guilhotina. Estes prefeitos foram expulsos e, naturalmente, buscaram abrigo nas hostes do Governo.