O jornal O Globo trouxe à público supostas mensagens trocadas entre executivos da OAS em que eles decidem escalar o ex-deputado federal Sandro Mabel (PMDB) para assinar emenda que era de interesse da construtora. A emenda foi aprovada pelo Congresso Nacional no bojo da Medida Provisória 582, que tratava da ampliação da desoneração da folha de pagamento de funcionários para setores diversos da economia.
Num torpedo, um executivo da OAS escreve a Léo Pinheiro, então presidente da construtora: “Mandei para o seu emeio (sic) as emendas de EC [Eduardo Cunha] refeitas. Agora só podem sair como emenda de relator, o que exige rapidez de ação”. Em outra mensagem, a referência vai na mesma linha: “EC me falou ontem e assim que o relatório dele estiver pronto me manda”. Em setembro de 2012, Pinheiro escreve a Cunha: “A emenda da desoneração da mão de obra, quem poderia assinar? MP582”. Os empreiteiros consideraram o deputado Sandro Mabel um bom nome: “É um bom nome, EC pega a assinatura dele? Pede para Alexandre ir lá e entregar a emenda”.
Eduardo Cunha (PMDB), hoje presidente da Câmara, manteve laços bastante estreitos com os executivos da OAS entre os anos de 2013 e 2014, período em que foi líder do PMDB na Casa, de acordo com a reportagem do jornal O Globo. O texto diz que a aprovação de pelo menos nove medidas provisórias foram alvos de negociação entre Léo Pinheiro e Eduardo Cunha meses (ou semanas) antes de serem aprovadas.