O assassinato da estudante Nathalia Araújo Zucatelli, na noite da última segunda-feira, à saída da escola onde estudava no setor Bueno, em Goiânia, acabou com os últimos resquícios de paciência da população com a escalada da violência e – a verdade é essa – com a falta de reação do comando das polícias diante do crescimento da criminalidade em Goiás.
O atual secretário de Segurança, Joaquim Mesquita, que é delegado da Polícia Federal, tem uma reação padrão todas as vezes em que é questionado sobre a falta de garantias para quem sai às ruas: saca um tablet, acessa o site G1 (da Rede Globo, com páginas para todos os Estados brasileiros) e mostra que crimes como o que vitimou Nathalia se repetem a cada dia pelo Brasil afora.
Essa postura é inaceitável. E é grave por sugerir que uma autoridade pública está recorrendo a um discurso de justificativa da violência – da mesma forma que a insistência na crítica à legislação penal, que é de fato frouxa, ou quando se ressalta que episódios de violência têm origem na maldade humana.
Chega.
O que está faltando é reação. O Governo de São Paulo, um Estado muito maior e mais complexo que Goiás, conseguiu resultados espetaculares na redução da criminalidade. Mais interessante: em regiões do Brasil onde as mesmas soluções paulistas estão sendo copiadas, a segurança aumentou e os índices de violência sofreram queda significativa.
Há poucos dias, em editorial, o jornal O Popular até reconheceu alguns avanços na área de segurança em Goiás, mas concluiu que ainda é pouco e cobrou mais “ousadia” do secretário Joaquim Mesquita – na realidade, um burocrata. Não há dúvidas: a “ousadia” que está faltando é que matou a menina Nathalia.