O ingresso dos recursos da privatização da Celg no caixa do governo do Estado representa uma vitória e tanto para o governador Marconi Perillo e, imagina-se, coloca Goiás em situação privilegiada quanto à situação financeira dos Estados brasileiros – a maioria enfrentando dificuldades.
Mas essa montanha de dinheiro, pouco mais de R$ 1 bilhão, traz também um elevado risco, representado pela possibilidade de pulverização em obras pequenas espalhadas pelos municípios afora e não a aplicação em um projetos macroestruturantes, que possam deixar uma marca para o Estado.
O PMDB, quando vendeu a usina de Cachoeira Dourada no governo Maguito Vilela e recebeu, em valores da época, quase o dobro do que entrou agora pela Celg, sucumbiu à tentação de atender os municípios, esparramou os recursos por esse Goiás afora e o resultado é que até hoje ninguém sabe o que foi feito com a grana – cujo montante espetacular, estimaram economistas da época, seria suficiente para alavancar o PIB do Estado em pelo menos 1% a mais, durante três anos
Em sua entrevista ao jornal O Popular, nesta quinta, o vice-governador José Eliton mencionou a existência de um plano de investimentos baseado nos recursos da venda da Celg, mas não deu detalhes. Admitiu, contudo, que grande parte será utilizada para atender demandas dos municípios (uma delas, a construção de 49 CMEIs em cidades do interior, já foi adiantada).
A sombra dos erros do PMDB paira sobre as decisões que serão tomadas sobre o destino que será dado para a receita obtida com a Celg.