O novo secretário de Segurança, Ricardo Balestreri, que assumiu há dois meses e praticamente nunca mais retornou ao noticiário depois da posse, é um historiador que nunca atuou nas linhas de frente do enfrentamento policial com o crime – ao contrário, foi um formulador que trabalhou na área de segurança nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva, sendo importante lembrar aqui que o governo federal não faz o combate direto aos bandidos, para dita normas, enquanto cabe aos Estados cuidar diretamente da proteção aos cidadãos contra a bandidagem.
Assim, Balestreri, pelo sim, pelo não, veio parar em Goiás, à sombra das suas estranhas opiniões sobre, por exemplo, a polícia militar, que ele combate, inclusive já tendo dito que os métodos de treinamento da força são “doentios”, enquanto ao mesmo tempo defendia posições fortes sobre os direitos humanos dos criminosos: ele acompanha o ponto de vista tradicional da esquerda ideológica, que enxerga cada delinquente como uma vítima dos desequilíbrios da sociedade. É por isso que, em seu discurso de posse, ele defendeu o “esvaziamento das prisões” – o que teria como consequência lotar as ruas de marginais.
Como isso se expressa na prática de Balestreri como secretário estadual de Segurança Pública? A resposta está na sua reação à onda de arrastões e violência nas escolas da grande Goiânia. Alguém foi preso? Alguma quadrilha foi desbaratada? Nada disso. Balestreri propôs a criação de um programa que seria chamado de Escola da Paz, em que alunos, professores, pais e comunidade em geral se integram para criar uma nova cultura de respeito à paz em cada escola pública do Estado.
Em outras palavras: em vez do enfrentamento, uma pregação de paz e amor.
Vai funcionar? Não.