Dois anos e meio de mandato fizeram mal ao deputado federal Delegado Waldir (PR), que de valentão-que-dá-pitis-na-Câmara passou a parlamentar que amarela em momentos decisivos para o Brasil.
Waldir não estava plenário quando o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou-o para dar o seu voto a favor ou contra a admissão da denúncia que implicaria o presidente Temer em um escândalo de corrupção. A omissão de Waldir ajudou Temer a se safar nesta batalha.
A votação em plenário era o momento de ir à desforra contra a cúpula do PR. Era o momento de se vingar contra o partido que o sacou da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por ele ter ameaçado votar contra Temer quando o processo estava no âmbito da Comissão.
Waldir não é mais o mesmo de antes: calou-se diante das ordens de um dirigente partidário qualquer e abriu mão de participar de uma das sessões mais importantes da história da Câmara. É difícil acreditar que este mesmo político foi o deputado mais bem votado de Goiás na eleição de 2014 e a personificação das aspirações de eleitores que querem renovar a política.
É uma pena, mas Waldir entregou-se ao sistema.