Filha da senadora Lúcia Vânia (PSDB) e ex-secretária da Fazenda do governo de Goiás, Ana Carla Abrão é a guru do prefeito de São Paulo, João Doria, pré-candidato à Presidência da República, em assuntos relacionados a economia. É o que revela reportagem publicada neste domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O Estadão afirma que, além de Ana Carla, Doria também tem o costume de consultar o economista Pérsio Arida – marido de Ana Carla e um dos “pais” do plano Real, no governo Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello Castro.
Sob orientação deste time, Doria tem defendido a privatização de empresas como Petrobras e Eletrobras como forma de reduzir o tamanho do Estado, aumentar receitas e reduzir despesas do governo. Nas entrevistas o prefeito de São Paulo tem dito também que vê com bons olhos a participação do setor privado em saúde e educação por meio de organizações sociais. É contra o aumento de impostos.
Arida e Fraga também são citados pela reportagem como economistas que dão suporte ao outro pré-candidato do PSDB a presidente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. São citados também Joaquim Levy, Marcos Lisboa, Eduardo e Roberto Giannetti. Alckmin defende o regime geral para Previdência com as mesmas regras para o setor público e privado. Acredita em medidas de austeridade, como congelamento de salários, em momentos de crise. É a favor de privatizações e parcerias público-privadas e defende que o Estado deve se retirar de algumas áreas.
Outros candidatos:
Lula (PT)
Participa de um conselho de economistas formados por Márcio Pochmann, Luís Gonzaga Belluzzo, Luciano Coutinho, Nelson Barbosa, Guido Mantega, Aloízio Mercadante, entre outros. Defende a expansão do crédito para elevar o consumo e induzir o crescimento da economia. Acredita que o aumento da dívida pública será assim compensado pelo aumento da arrecadação. Sugeriu uso de reservas internacionais para gasto em infraestrutura. Criticou desonerações feitas por Dilma.
Marina Silva (Rede)
Eduardo Giannetti segue como principal interlocutor. Ele se diz disposto a colaborar na elaboração do programa de governo caso Marina confirme sua candidatura à Presidência. Ela concorda que o Brasil precisa de uma reforma da Previdência, mas acredita que os termos da proposta do governo Temer, como o tempo mínimo de contribuição, são inaceitáveis. É contra a privatização da Petrobras e defende uma integração entre crescimento e desenvolvimento sustentável.
Jair Bolsonaro (PSC)
Tenta colar em si o rótulo de liberal e enviou recentemente emissários para sondar alguns economistas desta ala. Ainda não tem definido um grupo de economistas de referência. Bolsonaro assumiu mais recentemente uma postura pró-mercado e promete diminuir o tamanho do Estado. Se eleito, diz que tentará fortalecer os laços entre Brasil e Estados Unidos e se aproximar do governo Trump, além de liminar a compra de empresas brasileiras por chineses.