O procurador da República da 4ª Região, Maurício Gotardo Gerum, atacou, durante sua sustentação oral em julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal da Lava Jato, o que chamou de ‘tropa de choque’ de apoiadores do ex-presidente que estaria tentando ‘contaminar o processo judicial’ com ‘falta de maturidade democrática’.
As declarações foram feitas durante a sessão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que julga recurso de Lula contra a sentença do juiz federal Sérgio Moro no caso triplex, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao lado de fora do Tribunal, nas ruas de Porto Alegre e outras capitais do país, manifestantes a favor e contra o ex-presidente aguardam o resultado da sessão.
Em manifesta crítica aos apoiadores de Lula, que dizem não haver provas para condenar o ex-presidente, Gerum afirmou que ‘por um cacoete de uma vida que que já se acostumou as baixezas e vilanias que povoam o nosso caquético mundo político, patrocinou-se um movimento que procurou contaminar o processo judicial com essa falta de maturidade democrática’.
“Uma tropa de choque com atuação nos mais diversos espectros foi criada para garantir a perpetuação de um projeto politico pessoal, que naõ admite outra solução neste processo que não seja a absolvição”.
Segundo Gerum, ‘às favas com o que há no processo, mais fácil dizer que o julgamento político, e qwe não é possivel a condenação de réu é inocente’. ” Essas frases foram sendo repetidos como mantra a ponto de se transformarem em conceitos dogmáticos a quem vê no ex-presidente Lula o redentor de um país que está dando certo, segundo os mais diversos interesses”.
“O processo judicial não é parlamentar. A técnica que caracteriza a decisão judicial é incompatível com a pressão popular. A truculência dessa tropa de choque no processo judicial está muito próxima de configurar o crime de coação no curso do processo”, afirmou.
Inconformado com a pena de 9 anos e 6 meses de prisão imposta pelo juiz federal Sérgio Moro, o ex-presidente recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, a Corte de apelação da Lava Jato. Ele nega ser dono do imóvel do Guarujá, que é visto pelo magistrado, em sentença de julho de 2017, como propina de R$ 2,2 milhões da empreiteira OAS.
No início da sessão desta quarta-feira, 24, o presidente da 8ª Turma do TRF-4, Victor Laus, concedeu questão de ordem à defesa do ex-presidente para que sua fala fosse a última entre os advogados.
Em seguida, foi passada a palavra ao relator do processo, João Pedro Gebran Neto, que leu o resumo da sentença de Moro e dos pleitos das defesas e do Ministério Público Federal até às 9h14 da manhã.”
TEXTO: JORNAL O ESTADO DE S. PAULO