O mensaleiro e ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares está prestes a ser preso de novo. Nesta quarta-feira, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julga os últimos recursos da defesa antes de autorizar o seu encarceramento. Como a tendência é a de que os recursos sejam negados, é provável que o sindicalista goiano vista o pijama listrado até sexta-feira.
Delúbio foi condenado na operação Lava Jato pelo empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai. Na sentença, o juiz Sérgio Moro destaca que o empréstimo de R$ 12 milhões foi fraudulento e que o real beneficiário dos valores foi o Partido dos Trabalhadores (PT). “Não há divergência, nas confissões, quanto a isso e a prova documental e testemunhal já revela o fato”.
O juiz afirmou ainda que o PT utilizou Bumlai como pessoa interposta e os valores para realizar pagamentos a terceiros de seu interesse.
Conforme os desembargadores, metade do valor foi repassada para a empresa Betin e a outra parte, para a Remar Agenciamento e Assessoria, que repassou quase tudo o que recebeu à empresa Expresso Nova Santo André, com o destinatário final sendo Ronan Maria Pinto, proprietário do jornal Diário do Grande ABC.
De acordo com a sentença, todas essas transações que envolvem os réus deste processo seriam fraudulentas e teriam por objetivo disfarçar o destino do dinheiro. Nos autos, não há investigação sobre a motivação do PT para entregar os valores a Ronan. O Ministério Público Federal (MPF) levantou a hipótese de uma suposta extorsão praticada por Ronan contra o PT, o que não foi esclarecido e não era o foco da denúncia, relativa ao crime de lavagem de dinheiro.