O acordo de colaboração para o combate às notícias falsas (fake news) e ao abuso dos meios de comunicação, assinado pelas três chapas que concorrem ao Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), parece não ter importância a Pedro Paulo Medeiros, que encabeça a chapa Nova OAB. Isso porque, apenas seis dias após firmar o tratado, o presidenciável lançou em suas redes sociais informações falsas acerca da validade e do reconhecimento dos cursos oferecidos pela Escola Superior da Advocacia (ESA), confundindo e ludibriando eleitores e, sobretudo, advogados e estagiários estudantes.
Segundo a postagem de Pedro Paulo, os cursos ofertados pela ESA na atual gestão da OAB seriam oferecidos por meio de parcerias com “instituições em situação irregular perante o Ministério da Educação, como é o caso da Dalmass – Escola de líderes e da Universidade Fumec”. Todavia, basta uma pesquisa rápida no Portal do MEC para evidenciar o caráter falso dessa informação: todos os cursos mencionados como irregulares pelo candidato em seu Instagram constam no Cadastro Nacional de Cursos de Especialização (Lato Sensu), com dados dos coordenadores, da carga horária, da duração, do documento de criação do curso, do total de egressos e da situação ativa de funcionamento.
Fora a total regularidade constatada pelo MEC, há ainda um parecer do Ministério Público, expedido no dia 10 de agosto de 2018, que arquiva a denúncia concernente à citada Dalmass, atestando a legalidade de sua atuação.
Sem propostas
Os advogados que se dedicam ao MBA em Direito Imobiliário, Negócios e Operações, ou aqueles que se dedicam ao MBA em Planejamento e Gestão de Escritório de Advocacia, ou à Pós-Graduação em Advocacia Trabalhista, Cível ou Criminal – para citar apenas alguns exemplos das especializações oferecidas pela ESA em parceria de gestão administrativa com Dalmass e Fumec – podem se tranquilizar.
O ataque da chapa Nova OAB à ESA demonstra a falta de uma campanha propositiva por parte de Pedro Paulo Medeiros e de seus aliados, que se orientaram, mesmo após assinatura de acordo contra as fake news, a partir de inverdades. O sentido da ação foi o de tentar manchar a imagem do candidato oponente, Lúcio Flávio de Paiva, da chapa Pra frente OAB!, já que a primeira pesquisa publicada sobre a sucessão na OAB-GO confirmou seu favoritismo.
Os números, apurados pelo Instituto Diagnóstico nos dias 5 e 6 de novembro, mostram que Lúcio Flávio possui 52,4% dos votos totais, contra 20,3% de Pedro Paulo. Além disso, de acordo com a pesquisa, a atual gestão de Lúcio, que é candidato à reeleição, tem aprovação de mais de 70% de advogadas e advogados, na capital e no interior, onde esse candidato cresceu desde a eleição de 2015.
“Parece que tem campanha que está mais preocupada em contar mentiras do que em conversar com a advocacia. Aqui a gente trabalha, trabalha muito pela advocacia e traz boas propostas pra você”, ponderou o diretor geral da ESA-GO, Rafael Lara Martins, em vídeo publicado em suas redes sociais como resposta às fake news sobre a Instituição.