A ex-secretária da Fazenda Ana Carla Abrão Costa, que não tem a menor identidade com o Estado onde nasceu (ela é filha da senadora Lúcia Vânia Abrão e do secretário de Segurança Pública Irapuan Costa Júnior, mas passou a vida toda fora do Estado), preparou uma proposta de consultoria tenebrosa na área fiscal para o senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM).
Obcecada pela doutrina de redução de despesas, que funciona bem no setor bancário, onde ela forjou sua carreira, Ana Carla estabelece na proposta a ser apresentada para Caiado a redução do tamanho da folha, fim das promoções por merecimento e extinção da estabilidade do funcionalismo.
Quem conhece a rotina da administração sabe: reduzir a folha significa cortar salários; acabar com as promoções requer rasgar os planos de carreira; e colocar fim à estabilidade é ameaçar servidores e suspender políticas continuadas de Estado (e não de governos) responsáveis pela evolução real dos indicadores sociais e econômicos.
Tem sido assim em Goiás com a Educação, que saltou da 16ª posição para o 1º lugar no Ideb; na Segurança, que vem mantendo os índices de violência há 24 meses em queda; e na Saúde, que apesar das dificuldades com o custeio, tem unidades de saúde de excelência, que absorveram a falência do setor na capital e por isso estão com as contas pressionadas.
Se nos bancos onde Ana Carla trabalhou gente pode ser substituída por caixas eletrônicos, na gestão pública somente servidores motivados e valorizados entregarão serviços públicos de qualidade. Para a consultora paulista, tudo bem: o cidadão vai cobrar a fatura é de Ronaldo Caiado.